Pequenos Nadas
"...Como se o escrever nao fosse uma coisa feita de gestos.." Alberto Caeiro
27.5.06
26.5.06
23.5.06
Gostar...
Outro dia estava eu na consulta com a minha psicóloga e ela faz-me uma pergunta simples: e para ti o que é gostar de alguém? Eu atrapalhada respondi com uma série de metáforas:
- é não conseguir adormecer à noite pq estamos a recapitular todos os ultimos momentos que estivemos com a pessoa de quem gostamos,
- é não conseguir adormecer pq ficamos a reler vezes sem conta os sms que a pessoa nos mandou,
- é de repente do nada termos um sorriso estupido na cara e ter as pessoas à tua volta chamarem-me parva pq entrei numa realidade paralela,
- é tentar arranjar todos os pretextos para encaixar o nome dessa pessoa em cada frases que digo,
- é passar numa estação de metro e sem querer espreitar para ver se podes estar lá, pq é a estação onde habitualmente sais,
-é dar por mim a ter saudades tuas mal me viras as costas,
-é escrever estes textos lamechas...
21.5.06
Politização, Precisa-se!!!!
Vamos lá entender uma coisa duma vez por todas: quando eu digo que devíamos ser mais politizados não estou a querer dizer que devíamos ir todos a correr filiarmo-nos no partido y ou z, não! Politica quer queiram quer não é tudo o que nos rodeia. Política é sabermos o que se passa à nossa volta, é envolvermo-nos com o que se passa á nossa volta, é ter uma opinião formada sobre o que se passa á nossa volta, é preocuparmo-nos com as pessoas à nossa volta, é ler jornais, é ler livros, é ir ao cinema, é ouvir música, é aderirmos a causas em que acreditamos, é associarmo-nos a uma qualquer associação, é fazer alguma coisa em prôle de alguém que não somos nós próprios, é escolhermos os nossos amigos e as pessoas a quem nos damos, não é viver alheado no nosso canto e aderir às ultimas modas e ir aos ultimos concertos, não é viver isolado da realidade!
O discurso de que a política é suja e é para os políticos sujos do parlamento, não é mais que a nossa própria desresponsabilização pelas atrocidades com que somos confrontados e que temos preguiça de nos envolver, é viver a cultura do medo e do medo das represálias que esse mesmo envolvimento pode trazer para o nosso quotidiano rotineiro.
Apelo
GISBERTA
Apelo à Acção Internacional 8 de Junho
Assassinato de transsexual em Portugal.
Encobrimento de um crime de ódio.
Fevereiro de 2006, Gisberta Salce Júnior, transsexual brasileira a viver em extrema exclusão social na cidade portuguesa do Porto, foi torturada e violada com paus no ânus durante um período de três dias para depois ser atirada para um poço e deixada morrer numa obra abandonada.
Um grupo de 12 a 14 rapazes adolescentes, entre os 12 e os 16 anos, confessaram o crime. Os jovens viviam numa “instituição de Protecção de Menores” dirigida pela Igreja Católica.
Gisberta tinha uma saúde precária. Tinha HIV Positivo e tuberculose. Vivia nas ruas e prostituía-se para ganhar algum dinheiro.
Este crime teve cobertura enganosa da imprensa portuguesa. O poder judicial minimizou-o e o político ignorou-o. O engano abrangeu a tentativa de desumanizar Gisberta. A imprensa recusou a publicação da sua fotografia, fazendo eco da hierarquia da Igreja insinuando que ela teria assediado os rapazes, omitindo o facto de que ela era transsexual e ignorando as tomadas de posição públicas das organizações LGBT.
Recentes desenvolvimentos tornam provável que nem o rapaz mais velho, cuja idade lhe permite ser considerado legalmente responsável pelas suas acções, terá que enfrentar um julgamento por homicídio. O facto está a ser conduzido na justiça como um caso de simples agressão. Em Portugal, tudo o que é possível está a ser feito para esquecer este horrível crime – sem consequências, acções judiciais ou mudanças nas leis.
A exclusão social e degradação de Gisberta Salce Júnior expõem claramente a marginalização de transsexuais em Portugal. Este caso é uma clara demonstração de um alto nível de agressão e de atitudes transfóbicas na sociedade portuguesa. Mas qualquer qualquer debate público sobre o caso é abafado em Portugal antes mesmo de começar - e não poderá recomeçar sem pressão internacional.
Por isso, a European Trangender Network em cooperação com organizações portuguesas envia este apelo para uma acção internacional a 8 de Junho em frente às embaixadas e consulados portugueses com o objectivo de expressar apoio aos esforços dos activistas portugueses e pressionar o governo português a assumir as suas responsabilidades face a este crime de ódio.
Queremos:
*reestruturação profunda do sistema de “protecção de menores” em Portugal (*)
*uma política social de assistência a grupos marginalizados – incluindo imigrantes, pessoas com HIV, sem-abrigo, utilizadores de drogas e trabalhadores do sexo – em vez de uma política de exclusão.
*a inclusão explícita da “identidade de género” em legislação anti-discriminatória e protecção na legislação penal face a crimes de ódio motivados pela transfobia.
*iniciativas para promover o conhecimento da situação das pessoas transgénero e o trabalho contra atitudes transfóbicas e homofóbicas, na escola, no local de trabalho, nas forças policias e na população em geral.
*total reconhecimento de género, incluindo o direito de escolher livremente os primeiros nomes e uma lei de “reconhecimento de género” semelhante à “Gender Recognition Act of 2004” britânica.
*tratamento médico de transsexuais menos condescendente, incluindo acesso livre a tratamentos médicos e à livre escolha dos profissionais de saúde, apoio financeiro para cirurgias e tratamentos no estrangeiro, promoção da formação médica correcta para esta área no sistema de saúde português.
A TGEUnet apela a todos os activistas e organizações da Europa e de todo o mundo para realizarem acções neste dia e para nos informarem do que está previsto fazerem para os seguintes contactos:jo@transgender.at e svitorino@gmail.com
Um documentário – “Gisberta Liberdade” – foi realizado pela TGEUnet e activistas portugueses. Este filme em DVD estará disponível a partir de 26 de Maio e poderá ser pedido para os contactos indicados em baixo para suportar a discussão internacional e a mobilização para 8 de Junho.
Amor e Força
European TransGender Network
(*) O chamado sistema de “protecção de menores” empurra metade dos “menores protegidos” para instituições da Igreja católica, mistura crianças necessitadas de protecção contra situações de violência doméstica com jovens institucionalizados por razões penais e assenta num sistema de “armazéns de crianças” sobrelotados que não garantem educação ou sequer protecção a estas crianças e jovens, mas que pelo contrário garantem a exclusão social
Uma mudança neste sistema precisa de um real investimento do Estado para promover um sistema de efectiva protecção, cuidado e educação assim como formação específica para os juízes dos Tribunais de Menores, que é hoje inexistente.
19.5.06
Festa!!!!!
6ª Festa da Diversidade
16, 17 e 18 de Junho
As associações de imigrantes, anti-racistas e de defesa dos Direitos Humanos voltam-se a juntar para organizar a 6ª Festa da Diversidade, no Martim Moniz em Lisboa.
O tema será Direitos Sem Fronteiras! Saberes, Sabores e Sons do Mundo.
Estão previstas muitas actividades desde música, dança, ginástica, debates, bancas, gastronomia, livros, demonstrações, etc..
18.5.06
Visto

Freedomland
O que é isto? Fiquei estarrecida com o argumento do filme e com as direcções que ele tomou. Fiquei espantada como é que Samuel L. Jackson se meteu neste filme. Este filme tinha como objectivo abordar dois temas centrais: racismo (o envolvimento da polícia neste assunto), e o desaparecimento/assassinato de crianças. Houve uma tentativa de mistura deste dois temas que a meu ver não resultou, resultou sim num argumento confuso, sem pés nem cabeça e com os actores a serem mal dirigidos.Há muito tempo que não via um filme destas proporções e tão mal orientado. Tem pretensões a ser um grande filme com um argumento e supostamente com um desfecho em forma de reviravolta que não resulta.Até me custa escrever sobre um filme que não tem ponta por onde se pegue! Saí de lá a pensar que ainda bem que tenho o king kard!
11.5.06
Visto
Lisboetas
Um documentário político sobre a emigração e os emigrantes em Lisboa. Um documentário que foca uma lisboa crua vista pelos seus próprios olhos. Uma realidade que escapa muitas vezes aos nossos olhares viciados do dia a dia(nós não emigrantes). Uma realidade de filas de espera do SEF, de luta por um trabalho digno e com condições, de negociatas com empreiteiros burlões armados em chicos-espertos (um espirito tão tuga), de integração dificultada pela não facilatação da tradução da língua (principalmente em institutos oficiais), de luta pelas necessidades básicas do dia a dia. Emigrantes que perseguem sonhos e que acabam por viver vidas que não lhes pertencem, que acabam por viver vidas de sobrevivência. Uma pedrada no charco penso eu para muita gente que ainda se rege pelo famoso ditado " Portugal é um país de brandos costumes", Não somos nem nunca fomos. Sabemos mostrar indignação quando vemos o que acontece aos emigrantes portugueses lá fora e não conseguimos olhar para os nossos umbigos pq não tratamos melhor cá os emigrantes no nosso país. Um filme cru que mostra a vida como ela é.
Visto

Aristocratas
uma definição para o filme? - Como testar os limites verbais da ordem social moral dos telespectadores que vêem o filme. Um filme/documentáro muito simples em torno duma simples anedota que pode ser contada das mais diversas maneiras. De como tão fácilmente as pessoas são chocadas e confrontadas com os seus próprios limites e com o apêgo às regras impostas pela suposta ordem moral da sociedade. Acho que nunca tinha estado num filme onde saissem tantas pessoas em plena exibição. O objectivo é tão somente esse, testar os telespectadores, testar os seus limites. Sem filtros, sem tabus, sem censuras. As pessoas que assistem são os seus próprios censores. Muito Bom.
BAHHHHH
O template agora passou-se...Bolas.... Mas quem me manda a Mim pôr o template em mãos criminosas, dementes e assassínas?
EDIT:
Olha só para o blog todo bonitinho!... O erro é teu e quem é ofendida nas internetes sou eu. És uma desgraça!
- sapatilha
8.5.06
Eugénio de Andrade
Sê tu a palavra
1.Sê tu a palavra,
branca rosa brava.
2.Só o desejo é matinal.
3.Poupar o coração
é permitir à morte
coroar-se de alegria.
4.Morre
de ter ousado
na água amar o fogo.
5.Beber-te a sede e partir
- eu sou de tão longe.
6.Da chama à espada
o caminho é solitário.
7.Que me quereis,
se me não dais
o que é tão meu?
Amiga

©Madalena
Até 20 Maio
Madalena é o resultado de um trabalho colectivo em torno da construção de um ícone contemporâneo.
Informações Úteis: Qua a Sáb: 15h-20h
K Galeria
Endereço: Rua da Vinha, 43 A1200-475 Lisboa
Horários: Qua a Sáb: 15h-22h
Telefone: 213 431 676
Internet: www.kameraphoto.com
E-Mail: desk@kameraphoto.com
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4.5.06
Freegans...

Ora aqui está um movimento que me faz muita confusão. Isto passou-se depois de ter lido a Pública no domingo num artigo sobre este novo movimento que está a surgir nos EUA. Os Freegans ou o movimento por eles encabeçados Têm como objectivo alertar para o consumo excessivo da nossa sociedade, para o enorme desperdício das grandes superfícies, etc etc. E para isso vasculham o lixo e as sobras dessas mesmas grandes superfícies, supermercados e hipermercados deixam para trás. Convem tb explicar que a maior parte das pessoas que integra este movimento é de classe média alta com um grau elevado de escolaridade. O que é que tá errado nesta fotografia a meu ver:
1- As pessoas praticam-no para diminuir o desperdício, o facto de elas vasculharem o lixo exerce algum tipo de pressão practico-política para que as grandes superfícies o deixem de fazer? a meu ver não!
2- O dinheiro que poupam em comida irem-na buscar ao lixo, gastam-no onde? Em bens desnecessários de consumo compulsivo? ou por acaso gastam-no para alimentar pessoas sem abrigo? o que não me parece
3-A mensagem que tentam transmitir não se reflecte nas acções que practicam.